De novo?

É bem estúpido o motivo deste post. Decidi voltar a escrever. Depois de quase três anos, sem nunca de fato ter escrito mais de algumas linhas e sem nunca ter administrado um blog de verdade. O motivo de eu estar tentando mais uma vez é simples e ao mesmo tempo tão pessoal que não justifica um blog: quero voltar a exercitar minha criatividade, e expressar em palavras é um bom jeito de começar.

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Eu sempre encontro milhões de desculpar pra não escrever: não tenho tempo, não estou inspirado, tem esse jogo tão legal no celular, as condições não são perfeitas, eu queria tanto aquela máquina de escrever pra fazer isso à meia luz ouvindo o barulho das teclas, essas baboseiras todas.

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Quando chegamos à beira do precipício e não temos mais pra onde ir, temos duas opções: voltar ou pular. Voltar significa dar o braço a torcer e aceitar a rotina, o conformismo e a certeza que você estará no mesmo lugar. Pular é arriscado, mas também é a certeza de descobrir algo novo. Cair ou voar é apenas um detalhe.

 

Derrière le miroir

O espelho nos ilude e nos agride. Mostra o que queremos ou o que não queremos à revelia. Mas é limitado a apenas um aspecto…

CRASH!

Alguém já teve o prazer (ou desprazer) de olhar (ou se olhar) em um espelho quebrado? É incrível como a experiência muda. De repente vemos vários pedaços do mesmo alvo, que apesar de ainda formarem o mesmo todo, são cada um deles realçados. Pois somos seres unos formados por nossos desejos, fraquezas, pensamentos, sentimentos, espírito, carne, sonhos… Um grande quebra cabeça que se desmonta e remonta-se a cada instante, somando experiências e subtraindo desilusões, recriando-se dia após dia. Cada caco é parte do todo, que por sua vez não o seria não fosse a essência de cada pequena parte.

Mas essa multiplicidade, essa fragmentação, não diz respeito apenas aos seres humanos, nem mesmo atém-se aos seres vivos. Toda a realidade na qual vivemos é igualmente despedaçada, tal qual um grande mosaico que nunca fica pronto. Quando olhamos à nossa volta, tudo o que vemos passa antes por nossas convicções e impressões, ou seja, cada um percebe a realidade conforme sua própria mente já fragmentada. Mas não é só isso que faz com que a realidade seja fragmentada, afinal, não passaria de mais um reflexo da mente fragmentada. O que a torna fragmentada é sua própria natureza caótica, gerando desordem a partir de regras rígidas, alterando nosso universo a cada instante.

Pra concluir esse ponto de vista desconexo (apresentado por um interlocutor que, obviamente, é múltiplo e confuso), há ainda a união de ambos os fatores, mente e universo. Afinal, nós alteramos o universo conforme nosso ponto de vista, e este nos influencia conforme o andar dos acontecimentos cósmicos que nos rodeiam.

E ainda dizem que a improbabilidade infinita está fora de nosso alcance…

Le Miroir

O espelho. Estranho objeto que habita nosso mundo, refletindo aquilo que à sua frente se prostra, desnudando-se para o que possa aparecer atrás dele. Se olhamos para ele, queremos ver seu ponto de vista do mundo, ver a imagem que ele nos projeta, seja ela perfeita ou deformada. Mas o que o espelho nos mostra não é a sua própria visão do mundo, mas sim a nossa própria, despida de nossos conceitos ou preconceitos daquilo que vemos, ou talvez reforçada por essa esses aspectos que povoam nossa mente. Às vezes, vemos o que queremos ver. Outras, descobrimos coisas que, de outra forma, passavam despercebidas, imperceptivelmente escondidas atrás de nossas vistas embaçadas, como se o vapor de nossos pensamentos embaçasse nossas córneas como o chá embaça as lentes de nossos óculos., prontas para serem descobertas por um pequeno vislumbre de um ângulo diferente, ansiosas para se desnudarem e se revelarem essenciais e primordialmente inegáveis.

Mas o que mais tememos no espelho somos nós mesmos. Como não costumamos olhar para nossa própria imagem, pelo menos não com o mesmo tempo e atenção com a qual olhamos o resto do mundo, somos completos desconhecidos de nós mesmos, e a única forma de nos analisarmos é através de um espelho, seja de aço ou de água. E quando nos encontramos, sempre nos vemos atrás de uma grossa camada de traumas, excesso ou falta de autoconfiança, e um monte de opiniões de amigos e estranhos que às vezes ouvimos proposital ou despropositalmente, com ou sem o conhecimento de nossos interlocutores. E muitas vezes o que vemos é muito diferente do que somos ou queremos ser. E procuramos incessantemente descobrir o que temos que mudar para nos tornar o que queremos ser, ou talvez para parecer o que acreditamos ser, ou ainda para não aparentarmos o que somos para não nos expormos demais. Olhar para si mesmo é difícil, e aceitar o que vemos é ainda mais difícil.

Just another Bad Day

Eu estava com sono. E então fui aos poucos trocando o sono por ansiedade. Um erro depois e subitamente tudo era frustração. Maldito erro. Vários planos por água abaixo por causa de um único erro. Aos poucos a frustração se tornou raiva. De mim mesmo, do mundo. Devagar, o tédio tomou conta e os minutos se arrastaram por horas, até que, de tanto tédio, eu não sentia mais nada. Do tédio a pressão, depois a fúria. A esta altura do dia, fome e cansaço mostraram sua força. Depois de saciada a fome, um momento sublime de inspiração. E solidão. Um pedaço de papel e dou vazão a ambos. Um após o outro, descrença, satisfação, alívio, tensão, motivação, excitação apareceram e foram embora sem maiores cerimônias. Cercado de amigos, a alegria sorriu pra mim quando o sol acabara de se despedir. Então o cansaço, após alimentar-se por todo um atribulado dia, votla acompanhadoda solidão. E o sono volta a reinar soberano.
Um dia ruim é como qualquer outro dia, sentimento após sentimento…

A Moto e o Mar (10/06/2008)

Noite fria. Perfeita para ficar em casa debaixo de uma boa coberta, tomando um bom chá, assistindo a um bom filme. São 18:45, estou chegando na faculdade, ouço o trânsito À minha volta e o ronco da moto. Por quê uma moto? Poderia ser um carro popular, quentinho, abrigado da chuva, protegido dos malucos que querem passar por cima de mim. Nunca me fiz essa pergunta.

Nunca tive dúvidas quanto à Jolie. Em cima dela tudo é perfeito.

Sabe, as Motocicletas são um pouco como o Mar. São fantásticas, mas você nunca, jamais pode perder o respeito por elas. Elas têm tudo o que precisa para acabar com você, basta você descuidar. Mas mesmo assim, elas fascinam. O vento, a liberdade, o risco. Não precisa muito para se apaixonar por elas, basta não ter medo. Medo de viver, medo de morrer.

É só não perder o respeito…

“I’m a cowboy, on a steel horse I ride
I’m wanted dead or alive”

Editorial

Boa noite nobres colegas.

A arte da escrita é uma grande desconhecida para mim, e devo admitir que ela é fortemente influenciada pelo meu estado de espírito, o que em geral leva a textos chatos, repetitivos, cansativos e maçantes. Acho que isso se deve ao fato de eu insistir em escrever sobre algo que ninguém está disposto a realmente ler: Minha vida. Claro, esta afirmação vai trazer protestos de que quem cuida da vida dos outros é fofoqueiro e que cada um está mais preocupado com sua própria vida para ficar lendo textos mal editados sobre a minha.

Mas ultimamente tenho sentido esta necessidade de escrever sobre minha vida, minha insignificante vida. Não que eu não tenha com quem dividir, mas escrever me faz pensar muito mais sobre quem sou e como estou, e ter que olhar pra dentro de mim mesmo e analisar o que se passa nesta nada mole vida é um jeito de crescer, e isso é algo que eu nunca deixo de lado.

Então, abro este diário para expressar tudo o que me der vontade de escrever. Palavras de minha autoria, por mais que não tenham valor cultural ou artístico algum. Que o valor delas se limite ao fato de serem autênticas, sinceras e, acima de tudo, apenas palavras.

Que seus visitantes sejam sinceros como este que vos escreve, pois por “pior” que seja sua opinião, vale mais uma dura opinião sincera que palavras de apoio hipócritas.

Este é o meu espelho, olhe através dele e veja você também.